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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Que vida boaaaaaa!!!!

Quero morar aqui!!!









Vida boa - Victor e Leo

Moro num lugar
Numa casinha inocente do sertão
De fogo baixo aceso no fogão, fogão à lenha ai ai

Tenho tudo aqui
Umas vaquinha leiteira, um burro bão
Uma baixada ribeira, um violão e umas galinha ai ai

Tenho no quintal uns pé de fruta e de flor
E no meu peito por amor, plantei alguém(plantei
alguém)

Refrão
Que vida boa ô ô ô
Que vida boa
Sapo caiu na lagoa, sou eu no caminho do meu sertão

Vez e outra vou
Na venda do vilarejo pra comprar
Sal grosso, cravo e outras coisa que fartá, marvada
pinga ai ai

Pego o meu burrão
Faço na estrada a poeira levantar
Qualquer tristeza que for não vai passar do mata-burro
ai ai

Galopando vou
Depois da curva tem alguém
Que chamo sempre de meu bem, a me esperar (a me esperar)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dividida...entre Valença e Niterói...

Em CASA! Não é tão claro como eu gostaria, aqui. Ando sedenta de claridade, de sol dentro de casa. Mas eu trouxe o sol da praia de lá.
Mas lá não tem verde, é muito cinza. E não há silêncio, nem à noite. Buzinas, freadas, gritos esparsos, alarmes....
E aqui, o que me acorda, é o miado da gata, que não quer namorar o gato, o meu gato, provavelmente. E, cedinho, chegam as maritacas...Fazem uma festa no meu abacateiro. Parecem comadres conversando...
Coisa que lá eu não escuto. Nem mesmo a conversa de comadres. No meu andar um silêncio de vozes... Impressionante. No elevador, um raro “ Bom dia”.
Lá, bem cedinho, começam as máquinas das construções. E atravessam o dia. Por vezes, até uma parte da noite. O progresso exige “dentro do prazo”. “Time is money”.
Aqui, não. Uma obra traz a risada dos pedreiros, o radinho ligado na rádio local, a conversa gira sobre o que noticia a emissora. Grandes obras? São raras. Barulhentas? Muito pouco. Melhor assim. O progresso é sempre necessário, mas não à custa do “mal viver”. As casinhas continuam de pé, com jardins floridos, buganvílias esparramadas nos muros, num colorido assustador. Não, deslumbrante!!!
E as casinhas de lá? Na minha rua, acabaram... Em seu lugar, canteiros de obras. Nem mesmo aquela vilinha simpática... Como é que se vive assim? “Mas é o preço do progresso”, eles dizem. “A população aumenta diariamente, temos de fazer mais casas...” Escuto no ônibus, na rua, nas lojas... alguém sugeriu que acabem com aquele estacionamento no centro e façam prédios para acomodar os mais necessitados. O outro é veemente: “Aqui , na baía, não! Eles precisam de casa, mas não se pode tirar a vista da baía..”. Isto, no ônibus, dois homens que apenas sentaram-se juntos. Opiniões fortes, volta e meia um discorda do outro. Mas o destino de um está próximo... Até outro dia! Mas os outros, em silêncio. Silêncio de desconhecidos, de defesa, de medo. Cidade grande, não podemos confiar em qualquer um. Lembra daquela amiga? Dor de cabeça e o ocupante do outro banco ofereceu massagem. Acabou, ele disse baixinho: “Fique calma, vou assaltar o ônibus.” Pescoço deve ter queimado, cabeça doído mais ainda... E com aquela aparência, educado...
Aqui não tem isso. A gente confia. Às vezes, quebra a cara, mas vale a intenção. Bom dia! Boa tarde! Como vai? Anda sumida... E as crianças? E os estudos? Marido tá ficando muito sozinho...Abra o olho...

Lá tem o filho.... E aqui tem o marido...
Mas penso na cidade grande, nos amigos que tenho lá, na vida acadêmica que me dá um prazer incrível, além de aumentar o meu saber. Não, diminuir a minha ignorância. Lá, respira-se outra coisa. Ares de cultura sobejam. Aqui também, mas a minha turma está lá.
Aqui, respira-se saúde. Ar limpo, céu tão azul que doem os olhos. Um quadro de Van Gogh, talvez? E a minha turma está aqui. Não a das grandes discussões literárias, das leituras de lingüística, dos questionamentos da língua, da historiografia, dos exercícios de português. Mas a das conversas ao redor da mesa, família, filhos, amigos. A vida por dentro, de outra forma. A turma que está envelhecendo comigo, que acompanha as minhas alegrias e as minhas dores, que me dá o abraço, que me dá conforto. Que toma meu café nos fins de semana, que gosta dos meus bolos, que enche minha casa de vozes, de alegria, de risadas deliciosas.

Mas e lá? A turma de lá me enche de cultura. Pra alguns, sou a Martha. E a Martha é muito estudiosa. Além de alegre, pra cima. A Martha tem leitura, aprecia bons filmes. Alguns cult, que eu só fui saber o que era, lá. Até inteligente, dizem.

E lá também me enchem de carinho, de atenção, de abraços calorosos. Como os dessa semana...
E a daqui? Daqui é a Veronica. Gosta de comédias românticas, nada de drama pesado. "Jardineiro fiel", por exemplo, combina com lá. Aqui, é mais “O som do coração”.
Lá, o papel domina, aqui, é o tecido, a linha, as tintas, os papéis coloridos... O papel de lá é outro, traz nas linhas marcadas coisas que eu ainda não sabia, coisas que eu quero conhecer, coisas que me fazem pensar de um outro modo. Que me fazem querer mudar alguma coisa . Aprender mais para poder mudar alguma coisa... Alguma coisa...
E chego em CASA, cabeça fervilhando, querendo que o mundo de lá se junte ao mundo daqui, que a distância diminua, que eu possa ter os dois no mesmo lugar...
Abri as asas, ta vendo? E voei alto demais. E agora, dividida, quero o chão e o céu...


Post escrito em 28/08/08, mas td vez que volto de Nit sinto-me assim... Quero aqui e lá, sempre!!!

domingo, 24 de abril de 2011

São Jorge - Reeditado

Nasci num dia de São Jorge. Escapei, por um triz, de me chamar Jorgina, ainda mais porque tinha uma tia com esse nome, de quem minha mãe gostava muito. Sorte minha que meu irmão mais velho admirava uma atriz, Veronica Lake, e convenceu meus pais a me colocarem esse nome. Bem, mas nomes à parte, sou devota de São Jorge, guerreira como ele, e não deixo de ver a procissão que acontece todo ano próximo ao seu dia. Eis sua imagem à frente da procissão:
Hoje, 24/04/2011, reedito o post para reavivar a minha fé, a minha alegria em ter nascido sob a proteção de um Santo Guerreiro. O post original é de 21/04/2009.

terça-feira, 19 de abril de 2011

" A simplicidade de um rei" - Sobre Roberto Carlos - Parabéns, Roberto!!!

Capa interna de um dos LP do Roberto, que eu tenho e guardo  com carinho.
Capas de alguns dos LP que ainda guardo, mesmo que estejam arranhados.
Roberto Carlos vai ser homenageado pela escola de samba Beija-Flor no enredo do carnaval do Rio de Janeiro em 2011. Lendo a reportagem no jornal sobre a escolha do samba que vai embalar o enredo “ A simplicidade de um rei”, comecei a pensar nas músicas que embalaram minha adolescência, minha vida. Por serem os discos do Rei  lançados sempre próximos ao Natal, tudo tinha um significado especial. Porque era mágico associar o Natal, as férias e as músicas do Roberto. E, claro, as paixões juvenis. Num desses natais, terminei um namoro de um ano, que havia começado no carnaval ( época de “Pega no ganzê, pega no ganzá”). Lembro-me que ouvia “Detalhes tão pequenos de nós dois/ são coisas muito grandes pra esquecer...” e chorava, chorava.... Ai como era bom chorar com trilha sonora!!! Ainda mais que a música retratava a paixão que doía no coração...e que durou apenas até o próximo carnaval,claro! E muitas foram as músicas que embalaram as outras paqueras, os outros sonhos, o meu grande amor...”eu tenho tanto pra lhe falar/ mas com palavras não sei dizer/ como é grande o meu amor por você...”.
E a vida segue, a gente cresce e continua apreciando as músicas do Rei. E as lembranças agora são de momentos protagonizados por pessoas queridas. Minha irmã ganhava todos os anos o disco do RC. E a gente perguntava pra Mariana, a netinha dela, qual era o presente da vovó. E ela respondia: “o disco do Bebetus Carlos”. Aquilo , para nós, era o máximo. A gente ria, apertava bastante aquela menininha linda e se deliciava com o momento. Na casa dos meus sogros, Roberto também era presente. O querido vô Alcy amava distribuir os seus presentes antes de todos. E ríamos quando ele dizia: “Adivinhem qual é o presente da Eliana (minha cunhada)...” E nós, rindo demais, em coro: “o disco do Roberto Carlos!”
E por aí continuam as recordações sempre muito especiais e significativas. Mas uma das músicas mexe demais comigo, me faz ter saudade de um tempo que nunca mais vai voltar. Tempo em que havia preocupações, mas a alegria da família unida, dos filhos em casa, da mamãe “chefiando” a turma toda, do meu sogro fazendo feijoada e salada de frutas, especialidades dele que ninguém consegue fazer iguais, nos faziam esquecer dos problemas... Eu ouço “Jovens tarde de domingo” e a saudade bate forte. Eram domingos memoráveis, felizes, alegres, de muita “comeria” como dizia mamãe. De muitas brincadeiras também, de colocar o papo em dia, de planejar os próximos domingos, os próximos aniversários, os próximos encontros... Agradeço, então, a Deus, nesses momentos de saudade. Eu vivi isso, eu posso sentir saudades desse tempo porque eu o vivi! Tive o privilégio e a alegria de ter um convívio maravilhoso com a família, meus filhos curtiram muito cada um desses dias, e a família do meu marido  também amava estar perto. Era um tempo de muita comunhão, essas “jovens tardes de domingo....”
“E hoje os meus domingos são doces recordações...”

Por isso, Roberto , e por tantos outros momentos de outras pessoas, você merece essa homenagem. É apenas uma pequena parte das muitas emoções que você proporcionou a tanta gente. E que o desfile será maravilhoso, tenho certeza, porque ele será acompanhado de sonhos, lembranças de grandes momentos, pequenos ou grandes amores, rápidas ou duradouras paixões ... Cada um de nós que teve sua vida tocada por qualquer uma das suas canções vai acompanhar essa merecida festa com muita alegria.
Que venha o Rei com toda a sua simplicidade! Post originalmente publicado em 24/08/10

REEDITANDO O POST: É com alegria que registro aqui que a escola campeã do carnaval de 2011 é a BEIJA-FLOR, que homenageia esse cantor tão querido. Com a pontuação de 299,8, a escola mostrou que o romantismo ainda vive , homenageando um cantor que faz parte da  história musical do país e da vida de muitos de nós. PARABÉNS, ROBERTO!!!