Ouvindo a música "O Caderno", relançada pelo Padre Fábio de Melo, lembrei-me do meu Caderno de Recordações. Hoje, folheando meu caderninho amarelado, vi que, em abril, esse caderno ele fez 40 anos! Ganhei do Paulinho, um vizinho e amigo querido demais, quando fiz 14 anos. Não vejo esse meu amigo há muito tempo, que pena. Sinto muita saudade!
Nestes cadernos os amigos escreviam algum texto poético e registravam o carinho pela dona do caderno. Irônicamente, o texto que o Paulinho escreveu chamava-se "Saudade"(Saudade palavra doce, Que traduz tanto amargor, Saudade é como se fosse, Espinho cheirando a flor... ) Outro detalhe interessante: sabíamos de cor os versos que escrevíamos nos cadernos, aliás, sabíamos muita poesia, fazia parte do nosso cotidiano.
Nele há poesia escrita pelos meus irmãos Luiz Antonio e Chico e outras que o meu irmão Misael ditava pra mim. Ele sabia muitas, mas não gostava de escrever, então eu escrevia com prazer. E as decorava, claro. Lá em casa havia um disco em que as poesias eram declamadas com um fundo musical, que o Misael adorava. E sabia todas, declamava para nós, para os amigos, no jardim da igreja...
No encontro de 30 anos de formatura da minha turma de ginásio, em 2001, duas das meninas que nele escreveram naquela época, registraram seu carinho novamente. É emocionante reler aquelas páginas amareladas, reler os sonhos, perceber que a amizade ficou e que hoje,quando nos enconttramos, ainda somos as mesmas meninas cheias de sonhos do início da década de 70 (Em outro post falarei , um dia, sobre a delícia de fazer parte das "meninas do Medianeira" ou das "meninas da 4a. B, de 71").
Que benção ter vivido numa época tão maravilhosa, tão rica, tão colorida, cercada de amigos tão especiais.
Deixo a letra da música para que evoque boas recordações também nos que lerem.
O caderno
Composição: Toquinho / Lupicínio Rodrigues
Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...
Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
E acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...
Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...
O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer...
Só peço, a você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer...
2 comentários:
amiga seu caderno era muuito legall ein
éeh bom recordar coisas do passadoo e veer que os velhos amigos se transforma em Melhores,,
Muito boa essa idéia! Meus cadernos foram muitas vezes folhas de consolação pra mim...
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